DERIVA URBANA: O CAMINHAR ENQUANTO UMA PRÁTICA ESTÉTICA

Glaudemias Grangeiro Júnior, João Lucas Vieira Nogueira

Resumo


Este resumo é resultado do exercício da deriva realizadas pelos alunos do primeiro semestre na disciplina de Introdução à Arquitetura e Urbanismo (IAU), do curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário Católica de Quixadá (Unicatólica). A Deriva foi uma proposta de Guy Debord, teórico da Internacional Situacionista, enquanto ferramenta para o processo de planejamento e projeto urbano. Pode ser entendida como uma prática urbana de experimentação à novos estilos de vida, uma nova alternativa de habitar a cidade, na medida em que o indivíduo caminha por ela de forma aleatória, buscando perceber detalhes que comumente não são notados, mas que de certa forma induzem, ou conduzem o caminhar. Atribuindo-lhes uma importância psicogeográfica, que contribui na formulação de um bom projeto urbanístico. Utilizou-se como embasamento teórico, para a pesquisa o Livro de Francesco Careri, Walkscapes: O Caminhar Como Prática Estética. Para o autor o caminhar pela cidade é visto como uma possibilidade de interpretação do espaço pela arquitetura, que interfere na marcação do percurso em uma maneira de organizar o espaço. A partir das vanguardas artísticas do século XX, o caminhar passa a ser sistematizado como ferramenta prática na organização do espaço. Podendo ser visto nas visitas Dadaístas aos locais mais vazios da cidade, nas deambulações Surrealistas que representavam o abandono no inconsciente - uma tentativa de superar o onírico – e por fim será na figura dos Situacionistas que o conceito da deriva irá surgir. Mediante a experimentação prática de, a partir de uma deriva, feita pelos alunos, obteve-se como resultado uma série de vídeos, onde estava impresso a percepção de elementos que lhes chamaram a atenção durante o percurso - revestimento de pisos, plantas, placas, postes, grades etc. - conformando uma organização espacial a partir de sua disposição. Através do exercício proposto, a arquitetura é posta em discussão como algo dissociado do sedentarismo, acontecendo no caminhar, tornando a paisagem como parte integrante da cultura, que se incorpora nos processos das inter-relações humanas. Em outras palavras a arquitetura ocorre com o percurso.

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ISSN: 2446-6042

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