INFECÇÕES GENITAIS EM GESTANTES COM VULNERABILIDADE SOCIAL NO SERTÃO CENTRAL CEARENSE

Thecia Larissa da Silva Ribeiro, Mikaela da Silva Lima, Jessye de Oliveira Barbosa, Liene Ribeiro de Lima

Resumo


A gravidez é caracterizada por alterações hormonais e fisiológicas que acarretam numa série de comprometimentos na imunidade e nas características do conteúdo vaginal, ocasionando alterações nas secreções cérvico-vaginais, favorecendo o aparecimento de infecções. As gestantes em vulnerabilidade social estão mais propensas a desenvolverem essas infecções, pois muitas vezes seu nível de compreensão e suas condições sociais não dão o amparo necessário para cuidados com a saúde. O objetivo do estudo visa identificar as infecções genitais em gestantes com vulnerabilidade social do Sertão Central Cearense. Trata-se de uma pesquisa descritiva, do tipo transversal e com análise quantitativa, que foi realizado com gestantes numa Instituição filantrópica e sem fins lucrativos, localizada na zona urbana do município de Quixadá-CE. Essas gestantes foram submetidas a aplicação de uma entrevista individual efetuada a partir de um formulário contendo perguntas sobre perfil sóciodemográfico, clínico, ginecológico e obstétrico, como também a avaliação do resultado do exame citopatológico dessas gestantes. A análise dos dados ocorreu por meio do programa estatístico SPSS® versão 25.0 e apresentado em formato de tabela. Referido estudo respeitou os princípios éticos da Resolução 466/12, sendo enviado ao Comitê de Ética e Pesquisa, onde obteve aprovação sob o nº 2.632.443. Predominaram adultas jovens (25,91 anos), com companheiro fixo, prevalecendo uma escolaridade média (39,13%), mulheres pardas e sem trabalho remunerado. Foi visto um alto índice de Doenças crônicas familiares, prevalecendo a Hipertensão e Diabetes. Já nas Doenças pessoais, foi visto uma baixa frequência. No estudo prevaleceu as mulheres sem uso de tabaco (95,65%) e álcool (86,96%), com baixa frequência de atividade física (86,61%). Foi visto que a primeira menstruação ocorreu com 13 anos em média e primeira relação sexual com 15 anos em média. Observou-se que a grande maioria das mulheres faziam planejamento reprodutivo, prevalecendo o anticoncepcional oral (60,87%) e o preservativo masculino (17,39%). Foi identificado que algumas gestantes nunca tinham feito o exame preventivo (17,39%), e das que já haviam realizado, prevaleceu aquelas com o resultado do exame em atraso. Grande parte das gestantes relataram queixas ginecológicas, prevalecendo a leucorréia (73,91%). No presente estudo, quanto a relação sexual, prevaleceu gestantes com vida sexual ativa (95,7%), ocorrendo essa prática com seu marido (47,8%). Foi visto uma prevalência das mulheres com experiência obstétrica, sem intercorrência nesse período. Sobre a violência sexual, (91,30%) relataram nunca ter sofrido. Referido estudo identificou uma prevalência das mulheres sem alteração no colo uterino e baixo índice sugestivos das IST (26,09%). Já em relação ao laudo, prevaleceu as mulheres com inflamação moderada e acentuada, sendo identificado também alguns casos com microbiologia de Gardnerella Vaginalis (17,39%). Conclui-se que as gestantes em vulnerabilidade social, necessitam de uma assistência especializada, voltada para suas limitações, principalmente no âmbito do exame preventivo, pois foi visto uma grande deficiência de entendimento por partes dessas gestantes sobre a importância do exame, principalmente nesse período gestacional, levando em consideração os danos que as infecções genitais podem trazer para o feto. É de extrema necessidade a realização de educação em saúde voltada para esse público, além de uma assistência de pré-natal adequada.

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ISSN: 2446-6042

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