OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO NO TRATAMENTO DO COVID-19: UMA REVISAO DE LITERATURA

ANTONIA GERLENE DE LIMA OLIVEIRA, KARLA BRUNA NOGUEIRA TORRES MORMINO

Resumo


Introdução: A forma mais comum de terapia em nossa sociedade é a utilização de medicamentos, mas estudos mostram que vários problemas de saúde estão relacionados ao uso dos fármacos. A automedicação tem sido de grande preocupação aos serviços de saúde, pois, o acesso a assistência médica juntamente com medicamentos, não implica em melhores condições de saúde ou até mesmo, qualidade de vida, pois as falhas na dispensação, o uso de medicamentos por conta própria pode levar a tratamentos que são ineficazes e nada seguros. Diante de uma pandemia, viu-se claramente que, o autocuidado e a automedicação com Hidroxicloroquina, Azitromicina e aumentaram devido à falta de desenvoltura da vacina para a imunização do Novo Corona Vírus. Objetivo: Verificar através de uma revisão de literatura sobre os riscos associados a automedicação no tratamento do COVID-19. Método: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, descritivo, de caráter qualitativo, realizado por meio de uma busca nas seguintes bases de dados científicas: Scielo, BVS e Google Acadêmico através do cruzamento dos seguintes descritores: Automedicação e Fármacos utilizados no tratamento do COVID-19. O presente resumo teve como critérios de inclusão: artigos publicados entre os anos de 2008 a 2020, serem completos e de domínio público, excluindo aqueles que não condiziam com a pesquisa e que se encontravam em duplicidade. Foram encontrados 10 artigos, mas somente 3 atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Resultados: Após uma nota informativa do Ministério da Saúde publicado no dia 27 de março, onde justificava o uso de Hidroxicloroquina como terapia adjuvante no tratamento de formas graves do COVID-19, despertou o uso desenfreado e automedicação pela população geral incitada por medo da pandemia e desencadeou, em 21 de março, em notícia reportada pela Cable News Network (CNN), uma morte nos Estados Unidos por uso indiscriminado do medicamento. O uso incorreto de medicamentos representa um grande problema de saúde pública. Mesmo sendo comercializado com prescrição medica, com um controle rigoroso, nota-se que o uso dessas substâncias, muitas vezes, ocorre sem nenhuma orientação profissional, sendo adquiridos, de maneira ilícita, no mercado negro. A desinformação e o temor são grandes motivadores para uso indiscriminado desses medicamentos. Doses de Hidroxicloroquina maiores que 300mg atingem pico de níveis plasmáticos no intervalo de 1-6 horas. A eliminação de Hidroxicloroquina é lenta e pode ser detectada na urina durante várias semanas. Existe também uma preocupação, envolvendo sua cardiotoxicidade (síndrome de QT prolongado e cardiomiopatias) em caso de uso prolongado em pacientes com condições médicas crônicas como disfunção renal, hepática ou imunossuprimidos. Conclusão: Observa-se que, o uso irracional de medicamentos pode acarretar em várias outras complicações. Diante disso, é necessário a realização de propagandas de conscientização, bem como uma maior restrição na venda de medicamentos sem receitas a fim, garantir a segurança da população e o melhor uso desses fármacos. Assim, uma assistência de qualidade garante uma minimização de complicações e aumento da qualidade de vida da população.

Texto completo:

PDF


ISSN: 2446-6042

© Unicatólica. Todos os direitos reservados.

Este sistema é mantido pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa.