SAÚDE DA POPULAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DO SEXO: UM ESTUDO REFLEXIVO

JULIANA BEZERRA DE OLIVEIRA, FRANCISCA DEIVIANE LOPES RODRIGUES, LORENA SARAIVA DA SILVA, LUCIANA LOURD DO NASCIMENTO SILVA, LIENE RIBEIRA DE LIMA

Resumo


Introdução: A vida do profissional do sexo sempre foi uma profissão estigmatizada sobre o âmbito da religião e da forte submissão da mulher perante o homem. Em nosso país, temos um grande índice de população que vive na miséria, com falta de oportunidades de emprego, pouco conhecimento e formações acadêmicas. É visto que uma parcela da população busca saídas que forneçam subsídios básicos como alimentação, vestimentas e provê a renda familiar, motivando assim a prática de “comercialização’’ do corpo. Esses mesmos profissionais são desvalorizados contundentemente e forçados a viver as margens da sociedade. Objetivo: Realizar uma revisão bibliográfica reflexiva acerca da saúde da população dos profissionais do sexo. Método: Trata-se de um estudo reflexivo da literatura com abordagem qualitativa feita entre os anos de 2012 a 2018, o referido estudo conferiu a partir de uma análise nas bases científicas onde se efetuou a busca em diferentes bancos de dados como SciElo e o Ministério da Saúde. Resultados: O ponto financeiro é o principal motivador que acarreta essas mulheres a adentrar a profissão. Sem uma estruturação familiar adequada, ou os próprios não serem detentores de família, a necessidade gritante que leva essas mulheres a abdicar das suas próprias vontades, para suprir a penúria submetidos diariamente. As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são relacionadas a essa profissão, por meio de práticas realizadas pelas profissionais que, em determinados momentos em virtude do escasso mercado de trabalho, se sujeita as práticas “não permitidas’’ como o não uso da camisinha, sobre a circunstância de realizar as exigências dos clientes. Acabam por não fazerem o uso da camisinha, tendo em vista que este é o principal método de prevenção das IST, esses profissionais acabam ficando expostos cotidianamente. Relacionado à procura de atendimento, as profissionais do sexo fazem preferência às assistências privadas, ou fazer o acompanhamento com o ESF da sua localidade, onde observa-se o agrado da assistência oferecida. No entanto, um ponto preocupante seria a demora delas no aspecto de retorno a sua cidade de origem, podendo permanecer meses ou anos sem assistência. As políticas públicas e todos os benefícios advindos dela, ainda focaliza somente no controle do HIV/Aids no que representa os profissionais do sexo, deixando essa população sem as devidas orientações ao que diz respeito a assistência à mulher, como o controle reprodutivo, métodos contraceptivos, uso correto da camisinha e a educação em saúde. Conclusão: Falar de prostituição é falar da exploração do corpo e da sexualidade por um mercado consumidor desse serviço. A escravidão foi o primeiro trabalho realizado para outro ser humano, desde os primórdios. Da escravidão surge o uso sexual de mulheres e adolescentes escravizados, explorados e até estuprados. A investigação do universo da prostituição constata dois fatos: ela se baseia na desigualdade de gênero e nas desigualdades socioeconômicas, étnico-raciais e geracionais. Esses pilares são revelados pelo âmbito dos prostituídos: geralmente mulheres, homossexuais, transgêneros, rapazes, jovens e adolescentes, de baixo nível socioeconômico. Nesse contexto, as profissionais do sexo são um dos grupos mais infectados pelo HIV/AIDS desde o início da epidemia, entre outras ISTS.

Texto completo:

PDF


ISSN: 2446-6042

© Unicatólica. Todos os direitos reservados.

Este sistema é mantido pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa.