ATENÇÃO DOMICILIAR FRENTE AO DIAGNÓSTICO DE ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA (ELA) – VISÃO DA PSICOLOGIA

ATYLIANA MARIA DE SOUSA DAMASCENO, ANICE HOLANDA NUNES MAIA

Resumo


A atenção domiciliar (AD) é um serviço substitutivo ou complementar à internação hospitalar que atende usuários que possuam problemas de saúde controlados com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde. Tem como características um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação prestadas em domicílio, por meio de uma equipe multiprofissional. São variados os perfis de pacientes que necessitem dos cuidados de AD, entre eles, pacientes sequelados por acidente vascular cerebral, câncer em estágio terminal, pacientes idosos com fratura de ossos e em raros casos, os pacientes que apresentam Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). O objetivo deste trabalho é discutir, sob a ótica da psicologia, as demandas e as ações cabíveis frente aos casos dessa doença. Trata-se de um relato de experiência do estágio profissionalizante I do curso de Psicologia da Unicatólica de Quixadá que está em curso, de setembro a dezembro de 2020, junto a um Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), que conta com um psicólogo que exerce o papel de preceptor. Por meio das práticas discentes no SAD está sendo possível acompanhar um caso da patologia. Os primeiros impactos para o estágio foi conhecer a doença que é degenerativa, atinge os neurônios motores do sistema nervoso, ocasionando perda muscular progressiva. A enfermidade é incurável e não tem possibilidades terapêuticas para reduzir a sua evolução, com isso as ações e investimentos têm se voltados para a sobrevida e a qualidade de vida através de medidas paliativas, o que traz uma série de demandas para a psicologia. Outros desafios implicados são a invisibilidade social e a falta de informações. O segundo resultado foi lidar, como estagiária, com os aspectos psicológicos decorrentes da ELA e prestar atendimento ao paciente e a sua família, todos afetados pelas mudanças abruptas e intensas, marcadas especialmente pela dependência funcional, onde o paciente se torna prisioneiro de seu próprio corpo. As progressivas perdas de funções sem reversão afastam os pacientes e seus familiares da crença de uma melhora e os colocam diante do processamento do luto e da adaptação à nova realidade. Com isso, percebe-se em primeiro lugar a importância e os desafios para a Psicologia que está atuando no caso a partir de uma perspectiva de visitas domiciliares com escuta, orientações e articulação com a equipe, buscando prestar uma assistência de campo e de núcleo eficazes. Notou-se, ainda a necessidade do psicólogo saber manejar aspectos do luto, processos de crise e recursos de adaptação. Conclui-se que as doenças complexas são tratadas em diversos pontos da rede de saúde e que a AD assume grande parte da atenção integral de continuada. A psicologia é imprescindível para tratar dos aspectos psicológicos decorrentes da ELA.

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ISSN: 2446-6042

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