BOTULISMO: ASPECTOS CLÍNICOS, LABORATORIAIS E ABORDAGEM TERAPÊUTICA

D’ARC HELEN MARTINS SOUSA, HERICK EDUARDO GOMES DA CUNHA, HERICK EDUARDO GOMES DA CUNHA, CINARA VIDAL PESSOA, CINARA VIDAL PESSOA

Resumo


O botulismo é uma doença não contagiosa, resultante da ação de uma potente neurotoxina, produzida pelo Clostridum botulinum, um bacilo Gram positivo, anaeróbio, esporulado, bastante resistente. As principais formas existentes de botulismo: alimentar, no qual é ingerida a toxina pré-formada; ocorre por contaminação do alimento (embutidos e conservas caseiras) por esporos da bactéria, que germinam produzindo a toxina, pode variar de duas horas a dez dias, com média de 12 a 36 horas; botulismo por feridas, ocorre pela contaminação de feridas (normalmente lesões traumáticas em solos contaminados) com esporos da bactéria, pode variar de quatro a 21 dias, com média de sete dias; botulismo infantil normalmente associado ao consumo de mel contendo esporos do Clostridium botulinum, por isso este alimento não deve ser fornecido para crianças menores de dois anos. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo revisar na literatura científica os aspectos clínicos e laboratoriais, destacando-se também, a importância da terapêutica adequada. Trata-se de um estudo bibliográfico de caráter exploratório-descritivo. Realizou-se um levantamento de 10 artigos publicados nos períodos de 2008 e 2020 nas bases de dados Medline, PubMEd, BVS e Scielo. Dos artigos examinados, 5 foram utilizados como referência. Os sintomas mais comuns observados no botulismo são as manifestações gastrintestinais: náuseas, vômitos, diarréia e dor abdominal e podem anteceder ou coincidir com os sintomas neurológico, paralisia progressiva, iniciando-se geralmente nos membros posteriores. Por ser um problema de emergência pública devido à gravidade da doença e também como forma de diminuir os riscos e sequelas (ou até mesmo de morte), é de fundamental importância que seja feita a realização do diagnóstico precoce e o tratamento seja iniciado o mais rápido possível, impedindo dessa maneira eventuais surtos. O diagnóstico pode ser feito o isolamento das toxinas nas fezes ou sangue e pesquisa da bactéria no sangue. Deve-se também pesquisar a bactéria ou toxina em alimentos suspeitos que tenham sido ingeridos. O êxito da terapêutica do botulismo está diretamente relacionado à precocidade com que é iniciada e às condições do local onde será realizada. A melhor forma de prevenir o botulismo, está nos cuidados com o consumo e a comercialização dos alimentos, estes devem ser sempre comprados de locais confiáveis, os alimentos fermentados ou em conserva devem ser fervidos por mais de 15 minutos antes do consumo, pois dessa maneira é possível destruir a toxina, visto que ela é sensível a altas temperaturas, além de cuidados como descartar alimentos suspeitos ou com embalagens danificadas, não consumir alimentos provenientes de latas amassadas, enferrujadas ou estufadas, evitar o consumo de carne sem inspeção Federal, estadual ou municipal, e claro higiene na hora de limpar os alimentos e as mãos. Além disso, iniciativas repreensivas e educacionais que alcancem os produtores e consumidores dos alimentos em questão, seriam de grande valia para dar visibilidade e alertar sobre os perigos e riscos dessa doença.

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ISSN: 2446-6042

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