ECONOMIA DO COMPARTILHAMENTO COMO NOVO MODELO DE NEGÓCIO: DESAFIOS NO SERTÃO CENTRAL CEARENSE

ADRIANO DA SILVA FREIRES, FRANCISCO WELLINGTON DOS SANTOS SILVA, FABÍOLA GOMES FARIAS

Resumo


A rápida evolução da humanidade e – consequentemente - de suas necessidades anda gerando questionamentos substanciais por parte da sociedade como um todo: em que contexto ambiental, econômico, social e tecnológico essa evolução ocorre? Já há algum tempo questiona-se se os recursos existentes nessa era contemporânea serão suficientes para suprir as necessidades do ser humano. Essa preocupação crescente trouxe à tona novos assuntos, como, por exemplo, alterações nos hábitos e formas de consumo e novos formatos e modelos de negócios. Aqui encaixa-se a economia compartilhada. A economia compartilhada teve origem nos Estados Unidos, em meados da década de 1990, aproveitando a onda de avanços tecnológicos que possibilitou a expansão das transações online, a redução dos custos transacionais e a criação de novos modelos de negócios. Muito embora as práticas de compartilhamento entre familiares e amigos próximos sempre tenham existido, foi a inovação tecnológica que tornou possível a criação de um mercado de trocas entre desconhecidos, seja de bens ou serviços. Pode-se afirmar que a economia compartilhada é um conjunto de práticas comerciais que possibilitam o acesso a tais bens e serviços, sem que haja, necessariamente, a aquisição de um produto ou troca monetária entre as partes envolvidas. Neste esteio teórico, a pesquisa tem como objetivo geral analisar a percepção da comunidade no Sertão Central cearense acerca da economia do compartilhamento. Quanto aos fins, este artigo possui caráter exploratório e descritivo; quanto aos meios, pode ser classificado como bibliográfico e de campo. Possui natureza qualitativa e o método empregado para a coleta de dados foi a entrevista, do tipo semiestruturada. A fim de alcançar os objetivos propostos, realizou-se o total de oito entrevistas, incluindo empreendedores, gestores e profissionais liberais. Todas as entrevistas foram gravadas e, após a coleta de dados, foram transcritas e analisadas a partir de elementos da técnica de análise de conteúdo. Dos principais resultados, destaca-se que a maioria dos entrevistados mostrou conhecimento do termo economia compartilhada, citando-a - no geral - como um tipo de negócio que envolve o compartilhamento de bens ou serviços entre várias pessoas. Os entrevistados deram alguns exemplos que se encaixam na categoria desta economia, principalmente, os serviços de compartilhamento de veículos, como a Uber e a 99Taxi. Alguns entrevistados apontaram, ainda, empresas de aplicativos de delivery, como Ifood e Rappi. Ambos os serviços são utilizados com frequência pelos entrevistados. Em relação a eventos ou situações únicas, mais da metade dos entrevistados preferem alugar ou emprestar algum produto, do que comprar o mesmo, o que já denota uma certa inclinação ao que prega a economia compartilhada enquanto nova oportunidade de negócios. Já sobre bens próprios, os entrevistados se dividiram nesse assunto; os que não preferem compartilhar seus bens, alegam desconfiança sobre as pessoas; já os que compartilhariam seus bens, alegam a oportunidade de redução de gastos. Por unanimidade, todos os entrevistados apoiam esse novo tipo de economia e se mostram confiantes em relação à sua implementação no Sertão Central cearense, visto que existem poucos negócios que se baseiam no compartilhamento na região.

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ISSN: 2446-6042

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