DESAFIOS ENFRENTADOS PELO SURDOS NA ATENÇÃO BÁSICA DO SUS

Maria Tamires Da Silva, Francisco Alan Cristhian Viana Da Silva, Clara Maria Cavalcante Oliveira, Byanca Milla Maia De Oliveira, Mariza Maria Barbosa Carvalho

Resumo


A comunicação é essencial para uma compreensão satisfatória entre o paciente e o profissional de saúde, caso ocorram falhas diversos problemas no diagnóstico, terapia e prognóstico podem ocorrer. Ao que se refere o paciente surdo, percebe-se episódios de problemas comunicativos, decorrendo da modalidade linguística distinta entre o ouvinte e o surdo, uma vez que os ouvintes se comunicam de forma oral-auditiva e o surdo por meio da Língua Brasileira de Sinais (Libras) que é visual-espacial. Sendo assim, o presente trabalho visa analisar os desafios enfrentados pelos surdos na atenção primária à saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), apresentando-se na forma de um estudo de revisão narrativa da literatura com abordagem descritiva e exploratória. As bases de dados utilizadas para a seleção de artigos foram a Scientific Eletronic Library On-line (SciELO) e o Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), através dos seguintes descritores: Atenção Primária, Surdos e Serviços de Saúde. Os critérios de inclusão na seleção de artigos foram artigos de 2011 a 2021, visto a escassez de trabalhos nas bases com a vertente proposta, além disso, trabalhos publicados em português ou inglês, já os critérios de exclusão abrangeram trabalhos que tangenciam o tema, bem como, artigos anteriores ao período selecionado. Como resultado de tal busca obteve-se 16 artigos, sendo apenas 13 deles mantidos após análise minuciosa. Para muitos pacientes na ida aos serviços de saúde o desafio começa na entrada do local, em que o indivíduo supracitado se sente confuso, perdido e angustiado por não saber se já foi ou não chamado para o atendimento, sendo que a maioria dos locais oferece sons e falas na convocação dos pacientes para os serviços. Porém, os desafios não se resumem a espera, uma vez que no consultório os pacientes analisados sentem sua autonomia violada, pois, muitos profissionais exigem acompanhantes em suas consultas comunicando-se apenas com o ouvinte, atentando-se também ao fato de que muitos surdos que vão sem acompanhantes não conseguem compreender as informações verbalizadas pelo profissional, além de não conseguirem expor suas ideias aos profissionais que na maioria das vezes restringem seu atendimento apenas ao oral auditivo. Dentre os relatos mais frequentes nos manuscritos, destaca-se também a ausência de dispositivos de auxílio na comunicação com surdos, isto é, instrumentos que possibilitam a comunicação com estes indivíduos por meio de estímulos sensoriais não sonoros nos ambientes físicos para a convocação do paciente aos procedimentos ofertados, além disso a falta de intérpretes nas instituições de saúde dificulta o repasse das orientações ao paciente de forma que o supracitado compreenda tanto a enfermidade na qual busca atendimento, quanto o tratamento adequado e a prevenção para problemas de saúde futuros. Portanto, torna-se necessário a implementação de medidas de aprimoramento no acolhimento do surdo, sejam tais medidas, políticas públicas, ações individuais ou coletivas. Cabendo principalmente aos estabelecimentos de saúde e universidades o fomento a práticas inclusivas e educativas, visando o preparo de profissionais aptos a acolher satisfatoriamente usuários do SUS que não utilizem a comunicação oral-auditiva fornecendo um atendimento mais humanizado e inclusivo.

Texto completo:

PDF


ISSN: 2446-6042

© Unicatólica. Todos os direitos reservados.

Este sistema é mantido pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa.