ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA DO MÓDULO DE FOSSA VERDE COMO TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO RESIDENCIAL
Resumo
A rede de esgoto sanitário, juntamente com a coleta de resíduos sólidos, a drenagem pluvial e a rede de abastecimento de água potável, constituem o que chamamos de saneamento básico. Segundo a NBR 8160/1999 a terminologia esgoto é definida como refugo líquido poluente, produzido por pessoas ou processos industriais, com destinação adequada. A norma ainda aponta que esse sistema deve evitar a contaminação da água; proporcionar um escoamento eficaz para os fluidos advindos do uso sanitário e evitar a proliferação de odores. Segundo o Instituto Trata Brasil, em 2018 quase 47% dos brasileiros não possuíam coleta de esgoto. Esse número fica pior quando falamos do tratamento desses efluentes, aproximadamente 54% da rede de esgoto é devolvida ao meio ambiente sem nenhum tratamento. Ressaltamos que no contexto de crise na saúde pública, os problemas de insalubridade existentes em uma região específica ecoam na escala nacional e global. O objetivo deste estudo é conhecer o módulo de Fossa Verde (MFV) para avaliação do seu uso em comunidades do sertão central cearense. Para isso, desenvolvemos uma pesquisa bibliográfica a partir de artigos, livros e normas vigentes. Coelho, Reinhardt e Araújo (2018) afirmam que a fonte hídrica primária das cidades que constituem as regiões sertanejas são açudes e riachos, sendo eles os mais afetados com a falta de tratamento dos efluentes sanitários. Partindo disso, o sistema de bacias de evapotranspiração, apresenta-se em contexto ambiental como uma forma de tratamento de águas negras com minimização dos prejuízos ambientais, evitando a poluição do solo e lençóis freáticos. Ainda conforme os autores acima, o MFV é concebido com uma vala construída com alvenaria impermeabilizada, com dimensões que variam de acordo com a necessidade da residência e internamente tem forma de câmara, onde ocorre a decomposição dos resíduos. Figueiredo, Santos e Tonetti (2018) afirmam que o MFV ou Bacia de Evapotranspiração é responsável pelo tratamento dos efluentes provenientes dos vasos sanitários, sendo imprescindível na instalação que a tubulação que coleta águas negras seja independente das águas cinzas (fluidos oriundos de pias, lavatórios e chuveiros). O volume de águas negras é depositado em um duto, possibilitando a decomposição anaeróbica dos dejetos. A filtragem natural acontece à medida que o nível aumenta dentro do reservatório e o volume hídrico passa pela camada de entulho, brita, areia e solo natural, onde deve-se plantar espécies apropriadas. Conseguimos observar, que economicamente, é cabível a proposta do sistema de fossas verdes. Oliveira Netto et al. (2015) afirma que o custo médio de uma unidade é aproximadamente R$ 1.050,00 (mil e cinquenta reais), variando de acordo com: tamanho da estrutura, quantidade de usuários, características do solo, distância entre o sistema e domicílio. A facilidade na construção e acesso aos materiais utilizados é a maior potencialidade do sistema de MFV, visto que se trata de uma área sem saneamento básico adequado e as técnicas vernaculares são bastante presentes nos processos de construção. Por fim, o sistema mostra-se adaptável às necessidades das comunidades, além de adequar o destino final desses resíduos.
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PDFISSN: 2446-6042
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