A POBREZA MENSTRUAL E SEUS IMPACTOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Inacia Natali Ramos de Sousa, Ana Carolina Nascimento Pereira, Camila Vitória Queiroz da Costa, Camila Vitória Queiroz da Costa

Resumo


Introdução: A pobreza menstrual é um retrato da disparidade social evidenciada pela falta de saneamento básico, assim como a escassez de itens de higiene pessoal. É notória a vulnerabilidade econômica e social à qual a população menstruante estão sujeitas a não terem dignidade no seu aspecto fisiológico, que é a menstruação, por escasso acesso adequado aos protetores menstruais, bem como saneamento básico. Objetivo: Averiguar na literatura sobre artigos científicos a respeito da pobreza menstrual e seus impactos na população. Métodos: O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica, descritivo que foi realizado na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) por meio da busca nas seguintes bases de dados científicas: MEDLINE e LILACS, através do cruzamento dos seguintes descritores: menstruação, produtos de higiene menstrual e pobreza, conectados pelo operador booleano AND. Referida busca teve como critérios de inclusão: artigos publicados entre os anos de 2016 a 2021, serem completos, publicados na língua portuguesa e de domínio público, excluindo aqueles que não condiziam com a pesquisa e que se encontravam em duplicidade. Foram encontrados 12 artigos, mas apenas 5 compuseram o resumo, após a leitura na íntegra. Resultados: Mundialmente, ao menos 500 milhões de mulheres e meninas não possuem instalações adequadas para o manejo de higiene menstrual. Apenas no Brasil, mais de 1,5 milhão de brasileiras convivem com problemas concernentes ao esgoto, vivendo em casas em que não existem banheiros. Diante disso, a pobreza menstrual ou precariedade menstrual é conceituada como a falta de acesso de meninas e mulheres a produtos básicos para manter uma boa higiene no período menstrual e não se restringe somente a condições financeiras para comprar absorventes ou coletores, mas também tem relação com a ausência ou a precariedade de infraestrutura no ambiente em que vivem como a falta de banheiros ausência de água potável e saneamento. Também foi evidenciado a desigualdade de gênero na educação, onde no período menstrual, meninas deixam de ir à escola por conta da falta de absorventes, causando uma queda no seu desempenho de aprendizagem. Conclusão: A pobreza menstrual é um problema sério de saúde pública, decorrente da falta de saneamento básico, da desigualdade de gênero, além da falta de conhecimento sobre o assunto. É notório também que as políticas públicas voltadas à população que menstrua estão focadas somente na distribuição de absorventes. É necessário debate sobre essa temática, a fim de ser garantido os direitos ginecológicos dessas mulheres.

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ISSN: 2446-6042

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