ASPECTOS CLÍNICOS, SINTOMATOLÓGICOS E EPIDEMIOLÓGICOS RELACIONADOS À DOENÇA DE CHAGAS, OCASIONADA PELO PARASITA Trypanosoma cruzi

Resumo

A doença de Chagas ou Tripanossomíase Americana foi descrita pela primeira vez em 1909 por Carlos Chagas, trata-se de uma patologia causada pelo parasita Trypanosoma cruzi, um protozoário flagelado de ciclo biológico heteroxênico que tem como vetores os insetos triatomíneos da família Reduviidae, que são hematófagos de hábitos noturnos e podem habitar em plantações, casas de taipa e até na zona urbana. O parasita é capaz de infectar várias espécies de mamíferos, incluindo o homem, o que classifica a doença como uma zoonose. O principal meio de transmissão é pelas fezes do inseto vetor que podem estar presentes em alimentos infectados ou em picadas do inseto, outras vias são a transfusão sanguínea, leite materno e transmissão congênita. Este trabalho objetiva apresentar os aspectos clínicos, sintomatológicos e epidemiológicos descritos em pacientes com Doença de Chagas. Trata-se de uma revisão de literatura de 12 artigos escritos em língua portuguesa e inglesa, realizada através da pesquisa de descritores como: “Doença de Chagas, Trypanosoma cruzi e aspectos clínicos”, nas bases de dados Google Acadêmico e Scielo, ao longo dos meses de abril e maio de 2018. A doença apresenta fases aguda e crônica, podendo ficar até trinta anos sem a manifestação de sintomas, suas principais complicações ocorrem no coração, fígado, esôfago, trato gastrointestinal e com a falta de tratamento pode levar à morte. Os sinais mais característicos da fase aguda são o chagoma (inchaço na região da picada), o sinal de Romaña e inchaço nas pálpebras. Nesta fase da doença, o tratamento é eficaz, mas em geral a doença passa despercebida e o hospedeiro apresenta apenas um desconforto na área da picada. A fase crônica assintomática é chamada de forma indeterminada e pode durar de 10 a 30 anos, sendo caracterizada pela positividade nos exames sorológicos ou parasitológicos, ausência de sintomas e sinais da doença. A fase crônica sintomática se manifesta após anos da doença assintomática e apresenta sintomatologia relacionada com o sistema cardiovascular e digestório, levando a alterações fisionômicas do miocárdio, esôfago e cólon, dividindo, assim, em forma cardíaca (cardiopatia chagásica) e forma digestiva. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há entre 1,9 a 4,6 milhões de pessoas infectadas por T. cruzi, sendo a maior parte dos casos na região Norte. Apesar de ser uma doença perigosa e de diagnóstico muitas vezes tardio, a cobertura epidemiológica da mesma não é adequada no país, tornando difícil o controle e a prevenção pelas prefeituras e população.