CORRELAÇÃO ENTRE O DESENVOLVIMENTO DE PATOLOGIAS TIREOIDIANAS, RENAIS E SUAS COMPLICAÇÕES: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Resumo

As patologias renais surgem de forma silenciosa e geralmente só apresentam sintomas quando já estão em um estágio avançado, essas doenças podem afetar o organismo de várias formas, pois os rins são responsáveis por diversas funções reguladoras como: a manutenção da homeostase do corpo humano, filtração do sangue, controle dos níveis de eletrólitos, pressão arterial, quantidade de água do corpo, produção de glóbulos vermelhos e de vitamina D. Diante dessas informações, a doença renal crônica é estabelecida quando se tem perda parcial da função renal em um período de 3 meses, acarretando em danos não só de funcionalidades, mas também estruturais, seu desenvolvimento pode ser associado a disfunções da tireóide, principalmente o hipotireoidismo subclínico e a triiodotironina (T3) diminuída. Os hormônios da tireóide afetam vários órgãos ou tecidos gerando distúrbios de metabólitos, sendo dentre eles o declínio renal o mais significativo para o organismo. Este trabalho objetivou constatar a correlação existente entre o desenvolvimento de patologias tireoidianas, renais e suas complicações. Trata-se de uma revisão bibliográfica descritiva de caráter qualitativo. Para tanto, foi realizado um levantamento bibliográfico a partir de artigos e teses em revistas científicas nas bases de dados Google acadêmico, Scielo, bem como sites do governo. Os artigos datavam os anos 2004 a 2018, sendo excluídos os artigos que apresentaram duplicidade de informações. Hormônios tireoidianos afetam a fisiologia e a função renal, pois possuem efeitos pré-renais influenciando no sistema cardiovascular e no aumento do fluxo sanguíneo renal e consequentemente aumentam a taxa de filtração glomerular aumentando em cerca de 18 – 25% em pacientes com hipertireoidismo, esses hormônios também estimulam o sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAAS) de forma multifatorial. Medicamentos utilizados na terapia das doenças da tireóide podem levar a complicações renais e, da mesma forma, as drogas utilizadas em distúrbios renais podem ser associadas a alterações da tireóide. A diminuição dos hormônios da tireóide, especialmente baixos níveis de Triiodotironina, em pacientes com doença renal crônica têm sido relacionados a um maior risco de doença cardiovascular e mortalidade. O hipotireoidismo está associado com a diminuição do débito cardíaco e a circulação do volume sanguíneo, onde a atividade prejudicada do sistema renina-angiotensina-aldosterona e a diminuição dos níveis de fator natriurético atrial podem levar à diminuição da perfusão renal, o qual induz ainda à diminuição da função renal e, inversamente, a disfunção renal leva à diminuição da função da tireoide, sendo considerado um dos fatores de risco para a progressão da mesma. Deste modo, são necessários maiores estudos para traçar um perfil clínico e epidemiológico direto acerca das duas patologias relacionadas, relatando também que indivíduos com doenças tireoidianas podem desenvolver DRC, além de relacionar as comorbidades crônicas como hipertensão e diabetes. Ressaltando a importância de um diagnóstico e acompanhamento farmacoterapêutico adequado, sendo assim possível a resolução da maioria das alterações renais geradas.