PATOGENÊSE E DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA GLOMERULONEFRITE: REVISÃO NA BIBLIOGRAFIA.

Resumen

A Glomerulonefrite é uma doença renal crônica que se tornou uma das principais preocupações de saúde pública, uma vez que está associada ao aumento da morbidade, mortalidade e custos. Os principais tipos de glomerulonefrite são (GN) imunomediada, GN pós-infecciosa, nefropatia por IgA, doença por anticorpo antimembrana basal glomerular (anti-MBG), vasculite associada a ANCA (VAA) e nefrite lúpica. Apesar da(s) etiologia(s) da maior parte dos casos de GN permanecer indefinida, julga-se que seu início se deva, em grande parte, a insultos renais e ambientais, particularmente na forma de processos infecciosos que desencadeiam respostas de hospedeiro em indivíduos geneticamente suscetíveis, levando assim a quadros de GN. A concepção mecanicista em torno dessas patologias progrediu a partir da visão mais antiga de que a maioria seria resultante do aprisionamento glomerular de complexos imunes pré-formados para a concepção atual de que as mesmas, em sua maioria, são doenças autoimunes por natureza mediadas por anticorpos e linfócitos T reativos a auto-antígenos. O presente trabalho objetivou abordar a patogênese e diagnóstico laboratorial da glomerulonefrite através de uma revisão de literatura. Foram pesquisados 14 artigos científicos e periódicos existentes, compreendidos entre os anos de 2002 a 2018. Foi feita uma busca de artigos científicos nas bases de dados Medline e SciELO, utilizando como descritores: glomerulonefrite, marcadores, diagnóstico laboratorial. A Nefropatia por IgA (NIgA) é a glomerulonefrite primária mais comum diagnosticada com base na biópsia renal, as ferramentas de análises não invasivas podem ajudar no diagnóstico e na terapia. A descoberta de biomarcadores urinários potenciais e confiáveis para o diagnóstico de NIgA depende da aplicação de modelos robustos e adequados. Os biomarcadores propostos com os melhores coeficientes do diagnóstico de NIgA de relevância biológica, funcional e para as análises de vias são: Transferrina, α1-antitripsina e fragmentos de albumina são os mais importantes biomarcadores, enquanto a fibulina-5, membro da família YIP1, prasoposina e osteopontina são os mais importantes biomarcadores negativos. A análise da via revelou que as cascatas do complemento e da coagulação e as vias de interação matriz-receptor extracelular estão prejudicadas na patogênese da NIgA. Conclui-se que os biomarcadores citados nessa revisão são confiáveis para a validação adicional do diagnóstico não invasivo para glomerulonefrite e são feitos com base no exame de urina.