AVALIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS CONTIDAS EM BULAS DE MEDICAMENTOS ANTIDEPRESSIVOS
Resumo
O advento de medicamentos antidepressivos tornou os transtornos psiquiátricos passíveis de tratamento. Os transtornos de humor são desordens psiquiátricas em que há um predomínio de alterações de humor associados a sintomas vegetativos referentes a mudanças no apetite, libido, sono, peso e que perduram por semanas a meses. Os efeitos tóxicos causados pela intoxicação com antidepressivos consistem, normalmente, de alterações cardíacas, alterações dos níveis de consciência e convulsões. O objetivo do presente estudo foi analisar a literatura a respeito das informações toxicológicas contidas em bulas de medicamentos antidepressivos. Realizou-se uma pesquisa de caráter bibliográfico utilizando-se as bases de dados MedLine e SciELO, incluindo sites de bulários eletrônicos, além de livros em plataformas online. Os termos de busca empregados foram antidepressivos, avaliação toxicológica e bulas. Selecionaram-se artigos de revisão que abordaram o tema principal proposto no título além de bulas eletrônicas para a pesquisa específica. A bula é um tipo de texto desenvolvido, usado como documento legal sanitário que serve para obter informações e orientações sobre medicamentos necessárias para o uso seguro e tratamento eficaz. As informações contidas nas bulas são provenientes da indústria farmacêutica, da classe médica e farmacêutica, devendo sempre conduzir o leitor a uma interpretação “adequada” sobre as informações apresentadas. Foram analisadas as bulas de nove medicamentos de 5 classes de antidepressivos, tais como: escitalopram, paroxetina e fluoxetina (inibidores seletivos da recaptação da serotonina), amitripitilina e nortriptilina (antidepressivos tricíclicos), bupropiona e mirtazapina (antidepressivos atípicos), tranilcipromina (inibidor da MAO) e venlafaxina (inibidor da recaptação da serotonina e noradrenalina). Dos nove medicamentos averiguados apenas a fluoxetina, nortriptilina, bupropiona e venlafaxina apresentavam bulas que relatavam informações pertinentes quanto ao que se deve ou não fazer em casos de intoxicação, bem como também apresentavam claramente os sinais e sintomas advindos das síndromes tóxicas que poderiam ser causadas pela superdosagem. Já o escitalopram e a tranilcipromina apresentavam bulas com informações pouco completas visto que eram referentes aos sinais e sintomas de intoxicação, mas que inexistiam informações quanto aos primeiros socorros nos casos de intoxicação. Por último, as bulas da paroxetina, amitriptilina e mirtazapina foram consideradas as que tinham informações mais incompletas, ou seja, tais bulas mostraram pouquíssimas informações com relação os sinais e sintomas da intoxicação. As bulas também não traziam informações sobre o descarte de medicamentos em desuso ou vencidos, vistas como informações fundamentais para a preservação do meio ambiente e a segurança dos usuários. Segundo a literatura “as bulas atuais possuem falhas que confundem os consumidores e provocam inúmeros casos de intoxicação”. A administração inadequada, que normalmente acontece por dificuldades no entendimento das bulas, é a segunda causa mais comum de intoxicação, ficando atrás da intoxicação causada por tentativas de suicídio.
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PDFISSN: 2358-9124
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