PROPRIEDADES DA URTICA (URTIGA DIOICA) PARA O TRATAMENTO DA HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA

Ariadna de Oliveira Viana, Daiany Arruda Vasconcelos, Ranikele Almeida Beserra, Stefhany Tamiarana Nascimento, Cinara Vidal Pessoa

Resumo


A Hiperplasia Prostática Benigna é uma doença que afeta muitos homens acima dos 50 anos e pode causar sintomas do trato urinário inferior, comprometendo severamente a qualidade de vida desses indivíduos. Isso ocorre devido a uma maior liberação do hormônio DHT (di-hidrotestosterona). A informação transmitida aos consumidores deve ser sustentada através de estudos clínicos que demonstrem o seu potencial terapêutico, devidamente apoiado em evidências científicas. A Urtica dioica, conhecida popularmente por urtiga, é um exemplo de plantas adotadas para essa enfermidade, é uma erva daninha comum que pode causar uma larga escala de reações cutâneas. O contato com os pêlos nos caules e folhas causa a liberação de diversas substâncias biologicamente ativas. Possui componentes pertencentes a várias classes químicas, tais como ácidos graxos, ácidos triterpênicos, cumarinas, fenilpropanóides, lignanas e ceramidas. O presente trabalho teve como objetivo revisar na literatura científica o perfil farmacológico, toxicológico da Urtica dioica no tratamento da HPB. Realizou-se um estudo bibliográfico do tipo exploratório-descritivo, utilizando-se os bancos de dados SCIELO, PubMed e MEDLINE. Foram analisados 178 artigos publicados entre os anos de 2010 e 2017, sendo que 15 publicações foram selecionadas para o presente estudo. Foram excluídas 163 publicações que não representavam a temática do estudo. Para a busca dos artigos foram utilizadas palavras-chave em português selecionadas mediante consulta aos Descritores em Ciências da Saúde: Urtica dioica, hiperplasia prostática benigna. Foram incluídos ao final da análise somente artigos que abordaram sobre a referida planta com efeitos no tratamento da HPB. Pesquisas realizadas em laboratório mostraram que as administrações de urtiga fornecem substâncias semelhantes as da finasterida (um medicamento habitualmente prescrito para tratar HPB) destinado a retardar o crescimento de certas células da próstata. Três estudos multicêntricos envolvendo homens com o HPB avaliaram a eficiência de um extrato metanólico a 20% da raiz de Urtica, esse extrato teve a função de bloquear os efeitos da ligação da testosterona ao SHGB e assim permitir mais testosterona livre, além de agir também como inibidor da 5-alfa-redutase. Uma pesquisa demonstrou que a dose oral sugerida da U. dioica era 240 mg/dia para o tratamento da hiperplasia benigna da próstata. Os estudos demonstraram sistematicamente a evidência que existe a respeito da eficácia e da segurança desses compostos fitoterápicos. Poucos pacientes relataram terem desenvolvidos efeitos colaterais leves. No entanto, estudos com extratos hidroalcoóicos, liofilizados, aquosos, clorofórmicos e flavonoídicos de Urtica dioica, demonstraram as seguintes atividades tóxicas: abortiva, alergênica, citotóxica, genotóxica, mutagênica, dermatite e urticante. Com os artigos analisados, concluímos que a Urtica dioica possui um potencial efeito no tratamento prolongado da hiperplasia prostática benigna, assim como outros efeitos para diferentes enfermidades, mostrando sua real importância no âmbito farmacológico.

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ISSN: 2358-9124

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