RISCO DE QUEDA EM IDOSOS ASSOCIADO AO USO DE BENZODIAZEPÍNICOS: UMA DIMINUIÇÃO NA QUALIDADE DE VIDA
Resumo
O Brasil vem experimentando um importante crescimento de sua população de idosos e com isso observa-se o aumento do índice de doenças neurodegenerativas e psiquiátricas. Os Benzodiazepínicos (BZDs) estão entre os medicamentos psicotrópicos mais consumidos em diferentes países no mundo, principalmente para o tratamento do transtorno de ansiedade e insônia, sendo consumido com alta prevalência na população idosa, principalmente entre mulheres. A pesquisa teve como objetivo verificar a relação de queda em idosos com o uso de benzodiazepínicos. Realizou-se um estudo bibliográfico do tipo exploratório-descritivo, utilizando-se os bancos de dados SCIELO, GOOGLE ACADÊMICO, BVS (Biblioteca Virtual em Saúde). Foram analisados onze artigos em português publicados entre os anos de 2008 e 2018, sendo que quatro foram utilizados para compor a base do resumo. Para a busca dos artigos foram utilizadas palavras-chave em português selecionadas mediante consulta aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Benzodiazepínicos, risco de quedas, idosos. As quedas são um importante problema de saúde pública entre os idosos, em decorrência da frequência, da morbidade e do elevado custo social e econômico decorrente das lesões provocadas. Além de produzirem uma importante perda da autonomia e da qualidade de vida entre os idosos, as quedas causam uma diminuição de suas atividades diárias, seja por medo de expor-se ao risco de queda, como por atitudes protetoras de familiares e cuidadores. Vários trabalhos avaliaram a utilização de psicofármacos e a ocorrência de quedas, o quais observaram relação estatística significativa para todos os psicofármacos, especificamente para os benzodiazepínicos. O aumento no risco de quedas e fraturas entre idosos que utilizam benzodiazepínicos, tem sido atribuído a duas propriedades desses medicamentos: atividade sedativa e bloqueio α-adrenérgico. A primeira seria responsável por alterações psicomotoras, enquanto a segunda aumentaria a probabilidade de hipotensão postural. Os agentes BZDs de meia-vida longa podem causar sedação residual durante o dia entre os idosos. Com isso, esses indivíduos estão mais sujeitos a apresentar tonteiras, ataxia, confusão, levando ao risco aumentado de quedas. Com base nos estudos analisados, o uso prévio de medicamentos às quedas que provocaram fraturas foi considerado significante quando comparado ao uso dessa classe de medicamento, portanto, pode-se dizer que é um fator de risco. Diante desses estudos, podemos verificar que os medicamentos da classe dos benzodiazepínicos, foram considerados potencialmente associados ao risco de queda ou de fraturas decorrentes de quedas. É necessário que sejam feitas novas pesquisas nessa área, particularmente no Brasil, para verificar a existência de prescrições de medicamentos potencialmente associados às quedas e a ocorrência desses eventos em idosos brasileiros, contribuindo para um uso racional de medicamentos em geriatria.
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PDFISSN: 2358-9124
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