ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS NO CEARÁ

Mayra Rafaelly Lemos do Nascimento, Lavínia Maria da Silva Costa, Marcielle dos Santos Araújo, Izabel Cristina Oliveira de Morais

Resumo


Animais peçonhentos são aqueles que dispõem de glândulas venenosas que se comunicam com dentes ocos, ferrões, ou aguilhões, por onde a toxina passa ativamente. Em outra definição podemos encontrar que animais peçonhentos são aqueles que, pela inoculação de veneno, prejudicam a saúde humana. Os principais grupos de animais considerados como peçonhentos ou venenosos incluem grupos de invertebrados terrestres, como as aranhas, escorpiões, lagartas, vespas e abelhas. Para os vertebrados, o principal grupo é representado pelas serpentes, entretanto, alguns peixes podem também ser incluídos nesta definição. Os acidentes com animais peçonhentos e venenosos constituem um sério problema de saúde pública no Brasil. O número de notificações para este agravo vem aumentando ano a ano, sobretudo devido à expansão urbana. As serpentes, as aranhas e os escorpiões são os animais peçonhentos que causam maiores números de acidentes. Para um melhor planejamento e formação de políticas públicas com relação a estes acidentes, é imprescindível a correta identificação dos animais envolvidos, bem como registrar as situações em que cada acidente ocorreu, bem como as localidades de cada um, fornecendo características da incidência. A correta identificação do agente causador possibilita o tratamento adequado e diminui os casos de limitação temporária e os desfechos com óbito. O presente estudo tem por objetivo avaliar os acidentes com animais peçonhentos e venenosos registrados no Ceará e no município de Quixadá. Os dados levantados são referentes à epidemiologia de acidentes com animais peçonhentos registrados no período de 2007 a 2016. O registro foi feito a partir dos dados disponíveis no Sistema de Agravos de Notificação- SINAN, no site do ministério da saúde. No Estado no Ceará, entre os anos 2007 a 2016 houve 28.402 acidentes por animais peçonhentos notificados, destes 65,1% (18.494) foram acidentes por escorpião e 23,4% (6.169) dos acidentes foram serpentes. Em Quixadá no mesmo período foram registrados 168 casos. As informações epidemiológicas no município de Quixadá são incompletas, dificultando uma análise mais detalhada destes agravos, provavelmente os casos não são devidamente registrados, o que implica em uma necessidade de maior valorização dos mesmos como problema de saúde pública. É necessário o planejamento de ações que visem capacitar os profissionais de saúde no tratamento de acidentes ocasionados por animais peçonhentos e ações que visem à promoção de atividade na comunidade, capacitando os habitantes a correta identificação dos animais e a medidas de primeiros socorros adequadas.

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