PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR GESTANTES EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
Resumo
Desde o princípio as plantas medicinais eram usadas para prevenir e/ou curar enfermidades, simbolizando muitas vezes o único recurso terapêutico de muitas comunidades e grupos étnicos. O acúmulo de conhecimento sobre as plantas medicinais é repassado de geração a geração, onde existe uma errônea crença de que preparações à base de plantas são isentas de riscos ou danos à saúde. O uso indiscriminado dessas ervas medicinais por gestante constitui um problema de saúde pública, pois muitas não sabem o risco teratogênico, embriotóxico e abortivo que algumas plantas medicinais podem apresentar. Justificam-se, assim, ações de monitoramento e farmacovigilância sobre as plantas medicinais como as que se dão sobre os medicamentos convencionais. A pesquisa teve como objetivo verificar a utilização de plantas medicinais por gestantes em Unidades Básicas de Saúde do município de Senador Pompeu - CE. O presente estudo foi do tipo descritivo, exploratório, transversal com abordagem quali-quantitativo. A pesquisa foi desenvolvida no período de abril a junho de 2018 nas Unidades Básicas de Saúde localizada no município de Senador Pompeu-CE. A análise dos dados foi realizada a partir da tabulação das informações obtidas no programa Microsoft Office Excel®, em seguida expostos em forma de tabelas. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Católica de Quixadá, através da Plataforma Brasil sob protocolo de n° 2.490.588. Participaram 72 gestantes, sendo 28 (38,9%) delas no último trimestre de gravidez com predominância na faixa etária entre 18-21 anos (34,7%), com ensino médio completo 30 (41,7%). Mais da metade viviam com companheiro 62 (86,1%), com renda de até 1 salário mínimo 49 (68,1). O presente estudo demonstrou que somente 12 (16,7%) gestantes já fizeram uso da planta como uma finalidade medicinal. Dentre esse uso, foram mencionadas 9 espécies, predominando o capim-santo (Cymbopogon citratus), cidreira (Lippia alba (Mill.) Brow.) e hortelã pimenta (Mentha piperita) com 3 (25%) citações cada, utilizadas para cólicas estomacais, ansiedade e dor de cabeça respectivamente. A maioria das gestantes relataram que a parte da planta mais utilizada foram as folhas. Ressalta-se que o chá abafado (66,7%) foi apresentação mais utilizada. No âmbito da informação sobre as plantas medicinais, nota-se que estas foram repassadas por tradições familiares. Conclui-se que as gestantes do presente estudo não possuem o conhecimento necessário sobre utilização de plantas medicinais. Por isso faz-se necessário atenção dos profissionais de saúde, questionando e alertando as gestantes para os possíveis riscos abortivos, teratogênico e/ou embriotóxico e perigos de intoxicações com a utilização das plantas medicinais durante o período gestacional.
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PDFISSN: 2358-9124
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