CONSTRUÇÃO DE UMA TECNOLOGIA EM SAÚDE PARA PREVENÇÃO DE INTERAÇÕES ENTRE PLANTAS MEDICINAIS E MEDICAMENTOS UTILIZADOS POR IDOSOS

Cleziane Paiva dos Anjos, Cinara Vidal Pessoa

Resumo


A utilização de plantas medicinais é preocupante quando realizada em conjunto com outros medicamentos, podendo levar a alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas. A população idosa é mais propensa a usar medicamentos simultâneos as plantas medicinais, como prática de automedicação. A falta de informações faz com que profissionais de saúde prescrevam medicamentos para idosos que utilizam plantas medicinais e muitos desconhecem as possíveis interações. Diante disso, o objetivo desse projeto é construir uma cartilha educativa para a prevenção de possíveis interações entre plantas medicinais e medicamentos no cuidado à saúde de idosos. O estudo foi do tipo multi-métodos consistindo em duas etapas, a primeira consistiu em um estudo descritivo, observacional, transversal, prospectivo com abordagem quantitativa e a segunda etapa foi do tipo metodológico e de desenvolvimento. O cenário da pesquisa foi em uma Unidade Básica de Saúde - UBS Luiz Prata Girão, no município Quixeramobim. Os dados foram coletados no período de setembro a novembro de 2018. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Católica de Quixadá, através da Plataforma Brasil sob protocolo de n° 2.797.690. Na primeira fase foram entrevistados 218 idosos, sendo que 113 (51%) eram do sexo feminino e 107 (49%) do sexo masculino. A faixa etária predominante foi de 60 a 80 anos (84,9%). Sobre o grau de escolaridade, a maioria 73 (33,5%) sabiam ler/escrever. Entre os idosos, cerca de 203 (93,2%) faziam uso de plantas medicinais. Em relação as plantas utilizadas pelo idosos a principal foi Capim Santo com 99 citações. Foi identificado que cerca de 182 (83,5%) idosos consomem medicamentos, com a prevalência de anti-hipertensivos, com 128 citações. Dentre os idosos, 100% afirmaram que não informavam aos profissionais de saúde que utilizavam plantas medicinais. Foi constatado que 170 (83,7%) dos idosos disseram associar medicamento junto ao uso de plantas medicinais, e ainda, 198 (97,5%) dos mesmos, relataram que não associava riscos entre essas associações. Além disso, 100% dos idosos relataram não ter recebido informações sobre o assunto por profissionais na UBS em estudo. Em relação aos profissionais de saúde, 60% eram do sexo masculino e 40% do sexo feminino. Quanto a profissão 20% era dentista, 40% enfermeiro, 20% era farmacêutico e 20% era médico. Verificou-se que 80% dos profissionais prescrevem plantas medicinais na ESF que trabalha. Cerca de 60% dos profissionais responderam estar preparados para orientar sobre o uso de plantas medicinais, e 60% dos profissionais disseram não ser capaz de identificar interações medicamentosas entre plantas e medicamentos. E por fim, 100% afirmaram ser importante receber informações sobre a temática abordada no estudo através de uma cartilha. Após compilação dos dados, foi elaborada uma cartilha seguindo as etapas de seleção e organização do conteúdo, seleção e elaboração das ilustrações e diagramação. A metodologia empregada mostrou-se capaz de subsidiar a elaboração de uma cartilha educativa que servirá como um instrumento para auxiliar os profissionais de saúde no que se refere às terapias com medicamentos e plantas medicinais, evitando possíveis riscos de interações, garantindo assim o cuidado à saúde do idoso.

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ISSN: 2358-9124

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