SÍFILIS GESTACIONAL: UM AGRAVO RELEVANTE NA SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ

Aline Rebeca de Sousa Magalhães, Karla Bruna Nogueira Torres Barros

Resumo


A sífilis gestacional não tratada ou tratada de maneira inadequada, proporciona a transmissão intrauterina e/ou através do canal de parto da infecção da mãe para o feto, denominada transmissão vertical, levando a sífilis congênita, ocasiona a morte de mais de 300.000 mil fetos e neonatos e coloca em risco de morte prematura mais de 215.000 mil crianças por ano no mundo. O Ceará está entre os estados do Brasil nos quais a taxa de incidência de sífilis congênita se sobrepõe a taxa nacional. Assim, o objetivo do estudo consiste em conhecer o perfil epidemiológico dos casos de sífilis gestacional notificados no Estado do Ceará do ano de 2018 de acordo com o Sistema de Informação de Agravos e Notificações – SINAN. Trata-se de um estudo do tipo documental, com abordagem quantitativa, com população composta por todos os casos de sífilis em gestantes notificados no site online SINAN, no ano de 2018. Como critérios de busca inclui-se: o número de casos notificados de sífilis gestacional no ano, macrorregião de saúde, classificação clínica, escolaridade e faixa etária das gestantes, com período e operacionalização na coleta dos dados entre abril e maio de 2019. Foram coletados do SINAN 2.162 casos de sífilis gestacional no ano de 2018, sendo o maior dado dentre os demais anos. Dentre as cinco macrorregiões de saúde de notificação, a macrorregião Fortaleza é responsável por 1.321 (61,1%) de todas as notificações referentes ao ano e só o município de Fortaleza por 934 (43,2%), comprovando estudo que ressalta a necessidade de provisão e o aprimoramento da assistência pré-natal, parto e puerpério das mulheres soro prevalentes com sífilis no município, com urgência. Em relação a faixa etária das gestantes a maioria estava entre 20-39 anos (1. 599;74%), justificado por ser o ápice da vida reprodutiva confirmado por estudos realizados em outras capitais brasileiras, e o número de adolescentes dentre os 15-19 anos se mostrou bastante significativo no Estado (501;23%). Quando comparada a relação entre a classificação clínica e a escolaridade, a maioria das notificações (528) são de gestantes da 5ª a 8ª série incompleta do ensino fundamental, destas 182 estavam na fase latente e cerca de 108 na fase terciária, o que reforça a necessidade do acompanhamento pré-natal eficiente que seja capaz de confirmar a infecção mesmo sem a presença de sinais e sintomas aparentes e a de confirmação o mais precoce possível da infecção. Diante do exposto, o aumento nos casos notificados de sífilis gestacional no ano de 2018, ocorreu pela melhoria na detecção da sífilis gestacional no Estado, pela mudança na definição da sífilis gestacional desde o ano de 2017, mas também, pela falta de intervenção sobre o problema de saúde, tanto no que se refere ao cuidado dessas gestantes, quando à prevenção de novos casos no Estado, o que reforça a necessidade do acompanhamento no pré-natal mais efetivo tanto de tratamento como de diagnóstico precoce, e de educação em saúde de forma a evitar desfechos desfavoráveis tanto para a mãe quanto para o feto.

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