SINAIS CLÍNICOS DE NEUROPATIA DIABÉTICA PERIFÉRICA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Resumo

O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica que desencadeia sérias complicações microvasculares (nefropatia, retinopatia e neuropatia) as quais acarretam prejuízos a longo prazo para os acometidos. Dentre essas, a Neuropatia Diabética Periférica (NDP) é o agravo mais prevalente, causando desde diminuição ou perda da sensibilidade ao tato, temperatura e dor dos membros inferiores, até dificuldades de locomoção. O objetivo do estudo foi verificar a ocorrência de sinais clínicos de NDP em pacientes com DM acompanhados na atenção primária. Trata-se de um estudo descritivo de caráter transversal, com abordagem quantitativa, realizado de março a julho de 2019 nas Unidades Básicas de Saúde da zona urbana de Quixadá-Ce. A coleta de dados ocorreu por fonte primária, com utilização de entrevista e exame físico para identificação dos sinais clínicos de NDP. Os dados foram compilados e analisados mediante estatística descritiva. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer: 3.227.978. Participaram 191 pessoas com diabetes mellitus. Nestas predominaram mulheres, com média de 64,64 anos de idade, sem companheiros, aposentadas, com baixo grau de escolaridade, suas rendas pessoais chegam em média de 1 a 2 salários mínimos e coabitam com outros familiares. Cujos níveis glicêmicos mensurados estavam elevados, apesar de afirmarem fazer o tratamento medicamentoso. Não realizavam exercícios físicos, porém controlam a alimentação de forma adequada para DM. Não tinham conhecimento do seu tipo de doença. O tempo de diagnóstico do DM foi inferior a seis anos, o que representa fator de proteção ao desenvolvimento de NDP e outras complicações. Os participantes relataram problemas de circulação nos membros inferiores, bem como, a presença de sinais clínicos de NDP como dormência, formigamento e dor constante em membros. A sensibilidade tátil em mais de 60% dos participantes estava preservada. Portanto, mesmo que não se confirme a presença da NDP nos participantes, não se descarta a possibilidade do seu surgimento, uma vez que, foram encontrados indícios que essa complicação possa vir a se desenvolver com o passar dos anos de convívio com o DM. Dessa forma, destaca-se que as equipes da atenção primária à saúde, em especial os enfermeiros que estão em contato direto com esses pacientes, possam planejar intervenções eficazes e contínuas capazes de identificar alterações sugestivas de NDP.