DOS SINAIS E SINTOMAS AOS IMPACTOS DO DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO MENTAL: PERCEPÇÃO DE MÃES ACERCA DO SOFRIMENTO PSÍQUICO GRAVE DOS FILHOS

ANDRÊINA JUCÁ BARBOSA, GABRIELA LEITE CABRAL, GRAZIELY CARLOS SILVA, CARLA RENATA BRAGA DE SOUZA

Resumo


Este trabalho é resultante de uma pesquisa financiada pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do CNPq, que tem como título “Os impactos do diagnóstico no tratamento de crianças e adolescentes em sofrimento psíquico grave”, realizada durante agosto de 2019 e julho de 2020. Objetivou-se, neste estudo, discutir e analisar os impactos do diagnóstico de transtorno mental no tratamento de crianças em sofrimento psíquico grave no CAPS de Quixadá. Como metodologia foi adotada uma perspectiva qualitativa, com objetivos exploratórios, descritivos e explicativos. Foram utilizados os dados coletados dos prontuários dos CAPS de Quixadá, referentes ao ano de 2018 e posteriormente, feita uma análise dos perfis das crianças, para assim, aplicar uma entrevista narrativa com os pais e/ou responsáveis. Como resultados do processo de análise dos dados, são apresentadas três categorias que evidenciam os núcleos encontrados na análise e suas significações: 1. Sinais e sintomas: da interpretação à busca pelo cuidado; 2. Tratamento: medicalização, adesão e conduta profissional; 3. Impactos: estigmas, dinâmica familiar afetada e uma figura materna indispensável. A partir da discussão, foram apontados dados que mostram como a família está intrinsecamente relacionada à percepção dos sinais e sintomas da criança adoecida e como se dá o processo de busca pelo cuidado, apresentando todo o itinerário terapêutico percorrido. Destaca-se o uso de medicamentos como forma de tratamento, o que leva a reflexão acerca da medicalização infantil e de suas possíveis consequências, bem como da relação que é estabelecida entre adesão ao tratamento, o significado do diagnóstico por parte dos cuidadores e a conduta profissional. São apontados também os impactos encontrados a partir das entrevistas narrativas, evidenciando aspectos relativos ao estigma que o transtorno mental ainda traz, a necessária mudança no contexto familiar e a mãe como principal cuidadora do filho. Conclui-se que, o diagnóstico de transtorno mental em uma criança traz toda uma mudança para a família, a partir do momento em que é necessário ressignificar o ideal infantil de quem ou o que iria ser essa criança. São necessárias estratégias voltadas para a educação em saúde mental desses pais, para que eles possam compreender o que ocorre durante todo o processo de adoecimento e tratamento, além da necessidade de uma formação continuada e qualificada dos profissionais responsáveis por guiar essa família.

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ISSN: 2446-6042

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