PATOGÊNESE E DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA PANCREATITE: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Resumo

A Pancreatite Aguda (PA) é uma doença ocasionada pela inflamação do pâncreas. Na maioria dos casos é autolimitada, e se resolve com medidas clínicas, entretanto na presença de necrose pancreática e peripancreática, associada a infecção, é potencialmente grave e pode demandar cuidados e abordagens especializadas. As principais causas são colelitíase e etilismo, que juntos correspondem a 80% das causas de PA. Os outros 20% são idiopáticas, ou seja, de causas desconhecidas. Entretanto, há estudos que associam essas causas ao consumo de tabagismo, drogas, dislipidemias e fatores genéticos. A pancreatite aguda é atualmente considerada a segunda maior causa de internação dentre as doenças do trato gastrintestinal, sendo superada apenas pela colelitíase nos EUA. Com a elevação de sua incidência nos últimos anos e a mortalidade dos casos mais graves, o desenvolvimento de novas terapêuticas para o tratamento da pancreatite aguda deve ser prioridade nos estudos e pesquisas científicas. O presente trabalho objetivou realizar uma revisão de literatura a cerca da patogênese e diagnóstico laboratorial da pancreatite. Foi realizado uma busca de artigos científicos publicados entre os anos de 2000 e 2018 nas bases de dados SciELO, Google Acadêmico, LILACS e PubMed utilizando os seguintes descritores: pancreatite, etiologia, fatores de risco, patogênese e diagnóstico laboratorial. A fisiopatologia dessa condição envolve a corrosão enzimática tecidual após a liberação e ativação de enzimas exócrinas proteolíticas das células acinares do pâncreas incluindo neutrófilos, monócitos, linfócitos, e células endoteliais. O diagnóstico baseia-se na combinação de aspectos clínicos, laboratoriais com elevação das enzimas acinares e testes radiológicos. A avaliação radiológica, sobretudo por tomografia computadorizada, tem papel fundamental na definição da conduta nos casos graves, sobretudo no que diz respeito à caracterização das complicações locais, que têm implicação prognóstica, e na determinação do tipo de abordagem terapêutica. 43 % dos artigos mostraram a tomografia computadorizada como principal método diagnostico da pancreatite, correspondendo a 57% do total, sendo seguido por Ultra-sonografia Intra-Óperatória(29%), Ressonância Magnética(14%) e Colangiopancreatografia (14%). Os marcadores encontrados na pancreatite são: IL-6, uma citocina liberada pelos macrófagos em resposta à lesão tecidual, IL-8 também eleva-se precocemente e é considerada bom marcador de gravidade. 29% dos artigos mostraram lipase como principal marcador inflamatório envolvido, correspondendo a 69% do total de fatores inflamatórios incluidos na pancreatite, sendo seguido por (14%) Amilase, IgG4, IL-8 E IL-6 e TAP(15%). Conclui-se que a pancreatite envolve um processo inflamatório com destruição progressiva do tecido pancreático e substituição do mesmo por fibrose que é confirmado no diagnóstico, pois há presença de marcadores séricos, bioquímicos, imunológicos, indicando assim a significativa presença de inflamação.