ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLOGIA DOS CASOS DE CRIPTOSPORIDIOSE VEICULADOS NA ÁGUA DE CONSUMO HUMANO

Laryssa Helena Silva Leal, Claraeliz de Sousa Holanda, Maria de Fátima Bessa Targino, Mariana Gomes Vidal Sampaio

Resumo


A água é essencial e indispensável à existência da vida na Terra, a mesma é responsável pelo funcionamento e manutenção da homeostase corporal, entretanto, quando não é potável, pode ocasionar problemas severos ao homem por conter parasitas que ocasionam diversas patologias. Nos últimos anos, os principais problemas de saúde pública são os surtos causados por veiculação hídrica, como é o caso da criptosporidiose, doença que causa gastroenterite e pode ser fatal em pacientes imunodeprimidos. O objetivo do presente trabalho é avaliar a epidemiologia dos casos de criptosporidiose veiculados na água de consumo humano. Essa pesquisa consiste em uma revisão de literatura realizada através das bases de dados Scielo e Google Acadêmico, nos quais foram pesquisados 10 artigos nas línguas portuguesa e inglesa, utilizando como descritores: Cryptosporidium sp.; água e imunodeprimidos. Em um estudo na cidade de Itaquaquecetuba, São Paulo, uma área que apresentava alta taxa de mortalidade infantil foi revelado que 80% dos poços rasos, no qual a comunidade é abastecida, há presença de Cryptosporidium sp. e em amostras de fossas sépticas também, sugerindo um possível risco de contaminação das águas subterrâneas. Algo similar foi constatado em Fortaleza, no Ceará, em alguns locais em que a maioria dos domicílios possui instalações sanitárias precárias e não possui rede de esgoto eficaz. No entanto, como Cryptosporidium não é uma doença de notificação obrigatória, não se tem ao certo dados a respeito dos possíveis e evidentes casos, mas tendo em vista que os fatores que contribuem são as grandes quantidades de oocistos infectantes excretados no ambiente e que são muito resistentes, podendo passar pela etapa de filtração e sobreviver ao cloro da água tratada, sugere-se que o quantitativo de casos seja alarmante. As manifestações clínicas variam de uma diarreia aquosa e cólica abdominal, podendo durar uma semana, até casos mais graves, que levam à anorexia, febre, mal-estar e náuseas, com durabilidade de cerca de um mês, a qual é mais severa em pacientes imunodeprimidos, como é o caso de portadores de HIV. Contudo, o controle é feito por meio de educação sanitária, saneamento básico, adoção de medidas básicas de higiene como lavar as mãos antes de manusear alimentos e após utilizar o banheiro e filtrar ou ferver a água que será consumida ou utilizada no preparo de alimentos. Quando um indivíduo estiver apresentando um quadro diarréico, recomenda-se que este evite manipular alimentos que serão consumidos por outros indivíduos. Um dos problemas para controlar a infecção é a escassez de dados sobre a real ocorrência de Cryptosporidium spp. em mananciais aquáticos potáveis, levando a uma subestimação de casos de criptosporidiose e muitas vezes à associação de surtos seguidos de óbito com outros patógenos.

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ISSN: 2526-5237

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