ANTIDEPRESSIVOS: TRATAMENTO, DEPENDÊNCIA E SUICÍDIO

João Batista de Lima Neto, Fransklim Abel Pinheiro de Souza, Ianny dos Santos Pereira, Lilian Cortez Sombra Vandesmet

Abstract


Considerada como “o mal do século”, a depressão ainda desafia médicos e pacientes, podendo se tornar em 2020, segundo a OMS, uma das maiores causas de mortalidade. Define-se como um transtorno crônico e recorrente, classicamente caracterizada pela perda de interesse em maior parte das atividades, antes rotineiras ao indivíduo, adicionada à, pelo menos, quatro sintomas adicionais de depressão. Os sinais podem incluir, em síntese, pessimismo persistente, alterações no humor, insônia e perda de apetite, inibição da libido e sentimento de culpa, tais quais dificilmente apresentam-se em sua totalidade. Este trabalho tem como objetivos de desvelar os conceitos acerca dos antidepressivos e as controvérsias em relação à sua eficácia a partir de sua relação entre dependência e os casos de suicídio. Consiste em uma revisão de literatura embasada em trabalhos científicos que abordam o tema em questão; para tanto, foram realizadas pesquisas a partir das bases de dados eletrônicos: Google Acadêmico, biblioteca eletrônica Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Os descritores utilizados foram “Depressão”, “Antidepressivos” e “Intoxicação”. O registro de casos e de sintomatologia depressiva aumentou consideravelmente nos últimos anos, sobretudo entre a população jovem, na qual tal ocorrência pode abranger até 8,3%. Como tratamento, que atende a variabilidade em relação a cada paciente, são recomendadas psicoterapia e antidepressivos (AD), além da estimulação magnética transcraniana repetitiva aos indivíduos que não se adaptam aos medicamentos. Apesar do uso de antidepressivos, dentre outras aplicações, estar associado à prevenção do suicídio, estudos verificam que 13 a cada 14 tentativas de suicídio e 7 a cada 8 consumações ocorreram entre pacientes que faziam o uso destes medicamentos. O fato decorre de altas dosagens, que podem duplicar tais tendências em relação à dosagem usual. Além disso, pesquisas demonstram quadros de dependência química após uso contínuo, levando a uma síndrome de abstinência quando o tratamento é suspenso, o que por vezes é confundido como reincidência ao estado depressivo. Tais resultados levaram a OMS reconhecer a existência de malefícios no uso de antidepressivos e que seu uso, na forma pela qual se dá, causa mais problemas do que a própria depressão. Diversas complicações clínicas decorrem do problema, e a vasta literatura em relação a isto, em generalidade a partir de relatos de caso, refletem o quão cravejado é a depressão na sociedade contemporânea, e como resultante, também o uso discriminado de antidepressivos. Apesar das contrariedades em relação a esta medicação, deve-se também levar em consideração o registro de casos de real eficácia dos antidepressivos. Deste modo, muitos autores concluem que os benefícios dos antidepressivos se mostram superiores a quaisquer riscos de ideação ou tentativas de suicídio, mas ao ter-se em conta que a depressão não é uma doença singular, mas antes variável em relação ao indivíduo, o efeito suicida de tal tratamento também pode diferir a cada paciente. São então necessárias mais investigações a respeito do tema e acompanhamento fronteiriço entre médico, tratamento e paciente.



ISSN: 2526-5237

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