IMPORTÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DA MENINGITE BACTERIANA

Alice do Nascimento Lourenço, Ana Cássia Saldanha de Souza Bernardino

摘要


As meningites bacterianas são uma das principais causas de morbimortalidade infantil. Tendo como os principais agentes etiológicos: H. influenzae b (Hib), N. meningitidis (meningococo) e S. pneumoniae (pneumococo). Em países desenvolvidos o pneumococo passou a ser a principal causa de meningites bacterianas, os esforços se concentraram para o desenvolvimento de uma vacina conjugada frente a este agente. Em alguns países, foi observado o surgimento de cepas de pneumococo resistentes, com prevalência crescente em locais específicos, embora os diferentes tipos regionais em sua incidência indiquem a necessidade de se obter o perfil de sensibilidade desse agente de acordo com o local. Por isso se enfatiza a importância do isolamento do pneumococo como causa de infecção meníngea bacteriana. Esse trabalho tem como objetivo analisar a importância epidemiológica da meningite bacteriana. Para isso foi realizada uma revisão bibliográfica em 12 artigos, publicados entre 2002 e 2018, pesquisados pelo PubMed e Scielo tendo como descritores: Meningite, Epidemiologia e Bacteriologia. Obteve-se como resultado qualitativo que os principais agentes isolados foram, em ordem decrescente, H. influenzae, N. meningitidis e S.pneumoniae. É indicado para o tratamento inicial na faixa etária de três meses a cinco anos a ampicilina e cloranfenicol, sendo posteriormente restrito para penicilina em casos de meningococo e pneumococo, e para cloranfenicol nos casos de H.influenzae. A mudança para antimicrobiano de maior espectro é realizada com base em dados clínicos ou laboratoriais, quando não há isolamento de microrganismo resistente. A meningite bacteriana é um sério problema de saúde pública do mundo, principalmente devido à alta letalidade e a elevada incidência em faixas etárias menores. A Organização Mundial da Saúde divulgou, no ano de 1997, uma estimativa de que ocorreram, no mundo, aproximadamente 500 mil casos desse agravo, e que 50 mil culminaram em mortes causadas pelo meningococo. É muito conhecida a área endêmica da Etiópia à Mauritânia onde a média de casos registrada é de até 20/100 mil habitantes por ano, e o grupo mais acometido é o de crianças na faixa etária de 5 a 14 anos 2. No Brasil, o número de casos para o período de 1998 a 2001, divulgado em 2002 pela Fundação Nacional de Saúde foi de 17.689, e o de óbitos foi igual a 3.149. No Estado do Amazonas, ocorreram 640 casos e 104 óbitos no período de 1998 a 2002 e em Manaus, nesse mesmo período, foram confirmados 532 casos e 74 óbitos de doença meningocócica, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde. Conclui-se assim que o acompanhamento do perfil epidemiológico das meningites deve ser contínuo, e cada serviço deve se basear em dados locais para direcionar a terapia antimicrobiana. A monitorização contínua dos agentes prevalentes em cada instituição e de sua resistência é fundamental para a escolha antimicrobiana, atuando com menor interferência na colonização individual, sem contribuir para a crescente resistência dos agentes responsáveis pelas infecções meníngeas.



ISSN: 2526-5237

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