LESÃO HEPÁTICA INDUZIDA POR MEDICAMENTOS E O PAPEL DO FARMACÊUTICO NO SEU MANEJO CLÍNICO
Resumo
A lesão hepática induzida por medicamentos ou hepatite medicamentosa trata-se de uma patologia que se manifesta após a administração do medicamento em doses habituais, no período entre um e 90 dias após administração. Pode ser caracterizada apenas por alterações das enzimas hepáticas ou até mesmo insuficiência hepática fulminante, levando o indivíduo a um grave quadro clínico, podendo ocasionar sua morte. É importante ressaltar que, o paracetamol foi o responsável por 42% de todos os casos de falência hepática aguda nos EUA, e ainda, o exercício da automedicação de medicamentos fitoterápicos pela população que acredita que sejam inofensivos, têm ocasionado lesões hepáticas graves. O presente estudo tem como objetivo descrever a lesão hepática induzida por medicamentos e apontar os principais aspectos a serem considerados pelo farmacêutico clínico na detecção e manejo da lesão hepática medicamentosa. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica realizada através de uma revisão de literatura, nas seguintes bases de dados científicos: Scielo e BVS, utilizando os seguintes descritores: Lesão Hepática Induzida por Medicamentos, Automedicação, Farmacêutico. A busca teve como critérios de inclusão: artigos publicados entre os anos de 2014 a 2018, serem completos e de domínio público. Foram encontrados 10 artigos, mas apenas 4 compuseram o resumo após a leitura. A ocorrência de lesão hepática induzida por medicamentos ou chamada pelo termo DILI – Drug Induced Liver Injury pode apresentar um quadro clínico seguido pelos seguintes sintomas: febre baixa, colúria (urina escura), prurido corporal, icterícia, vômitos, náuseas e hipocolia fecal (fezes esbranquiçadas). No paciente com suspeita desta lesão devem ser observados, alguns aspectos e fatores como rash cutâneo ou eosinofilia, nova terapia medicamentes nos últimos três meses, a identificação de lesão hepática, colestase identificada através de exame de imagem hepatobiliar normal, evidência através dos anticorpos ou hipergamaglobulinemia. Vale destacar que o uso de plantas medicinais ou medicamentos isentos de prescrição e utilizados sem orientação, são fatores importantes para o diagnóstico. O farmacêutico clínico auxilia na prevenção e resolução de problemas relacionados aos medicamentos, dentre estratégias para identificação de DILI o mais usado é a seleção de grupos de risco para acompanhamento, os grupos de maior risco de lesão hepática induzidas por medicamentos são pacientes com tuberculose, doença hepática prévia, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), alcoolismo, diabetes, idosos e gestantes. O acompanhamento farmacêutico de pacientes que fazem uso de medicamentos que possuem histórico de causarem hepatotoxicidade, pode ajudar para detecção de DILI. Dentre as atribuições do farmacêutico clínico, este poderá contribuir para a detecção precoce da lesão hepática induzida por medicamentos através da reconciliação medicamentosa na admissão hospitalar, a avaliação da prescrição e o monitoramento dos exames laboratoriais.
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PDFISSN: 2358-9124
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