REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS EM AMBIENTES HOSPITALARES E METODOLOGIAS PARA IDENTIFICAÇÃO
Resumo
Reações Adversas a Medicamentos (RAM) são respostas não intencionais, indesejadas ou prejudiciais ao ser humano diante do uso de medicamentos em doses usualmente empregadas. Na área hospitalar, estas reações são expressas por Eventos Adversos, sendo considerados como as causas mais freqüentes de problemas durante o período de internação. O presente trabalho tem por objetivo destacar o contexto das Reações Adversas a Medicamentos (RAM) em ambientes hospitalares, pontuando as metodologias para identificação. Trata-se de um estudo bibliográfico do tipo exploratório-descritivo, cujas bases de dados utilizadas foram BVS, SciELO e MEDLINE, sendo que para a busca dos artigos foram utilizadas os descritores em saúde com palavras-chaves em português, inglês e espanhol: Eventos Adversos, Farmacovigilância, Rastreadores, Reações Adversas. A pesquisa teve como critérios de inclusão sete estudos que abordavam sobre as reações adversas a medicamentos em ambientes hospitalares e metodologias para sua identificação, publicados em inglês, português ou espanhol no período de 2012 a 2018. E, como critérios de exclusão, trabalhos com duplicidade e que não apresentassem resumos na íntegra nas bases de dados. As Reações Adversas a Medicamentos são responsáveis por 0,5 a 32,9% das internações hospitalares, ocasionando prolongamento da internação, interrupção de tratamento e conseqüente aumento das despesas hospitalares com gastos que variam de 5,3 a 8,5%, sendo desencadeadoras de outras enfermidades, incapacidades e até mesmo óbitos. Estudos europeus estimam que 10,1% dos pacientes internados já tiveram uma RAM e, nos Estados Unidos, as reações se posicionam entre a 4ª e 6ª causa de morte da população em geral. No Brasil, existem poucas informações sobre a incidência de RAM tendo em vista que as atividades de farmacovigilância são consideradas recentes, entretanto, estima-se que apenas 6% de todas as RAM sejam notificadas no país, havendo uma proporção de 1,7 a 15,5% de pacientes que apresentam Eventos Adversos a Medicamento (EAM) durante a internação hospitalar. Diante disso, surgem metodologias para rastreamento destes eventos adversos nestes ambientes, como: revisão retrospectiva e prospectiva de prontuários com uso de rastreadores que consistem na análise dos medicamentos prescritos, resultados de exames laboratoriais e procedimentos e intervenções da equipe de saúde; notificação voluntária, considerada um meio de baixo custo, porém falho em decorrência das subnotificações; método Trigger Tool que se baseia na identificação de rastreadores; vigilância passiva intensificada com capacitações para equipe de enfermagem e busca de relatório gerencial de consumo de medicamento designado; busca de eventos em bases de dados administrativas através da lista de códigos de Classificação Internacional de Doenças (CID), tendo vulnerabilidade a subnotificação; e seguimento farmacoterapêutico, instrumento para acompanhamento do paciente. As metodologias são essenciais para rastreamento dos eventos adversos em ambientes hospitalares, entretanto, frisa-se que é necessário que as mesmas sejam adaptadas à realidade de cada instituição, tornando-se assim uma estratégia para redução de gastos e prevenção de outras enfermidades e problemas relacionados ao medicamento.
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PDFISSN: 2358-9124
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