PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS DOS EVENTOS ADVERSOS A MEDICAMENTOS NO BRASIL: REVISÃO DE LITERATURA

Rayanne Lopes de Oliveira, António Carlos Erick Alves Paulino, Pedro Alairton Queiroz de Oliveira, Karla Bruna Nogueira Torres Barros

Resumo


Os medicamentos têm contribuído para eficiência dos sistemas de saúde por se revelarem um meio custo-efetivo para a redução da carga da doença e mortalidade, promovendo a melhoria da qualidade de vida coletiva e individual. Os eventos adversos a medicamentos são considerados um grave problema de saúde pública, uma vez que, além de serem responsáveis pelo aumento da morbimortalidade entre pacientes, também ocasionam gastos desnecessários aos sistemas de saúde. Entre 2006 e 2013 foram registados ao sistema de notificação em vigilância sanitária NOTIVISA 103.887 eventos adversos no Brasil, dos quais 38.730 estavam relacionados a medicamentos. O trabalho tem como objetivo revisar na literatura a prevalência dos eventos adversos a medicamentos manifestados por usuários de medicamentos no Brasil. Trata-se de um estudo bibliográfico do tipo exploratório-descritivo, no qual as bases dados utilizadas foram BDTD, Google Acadêmico e SciELO, sendo que para a busca dos artigos foram usados os descritores em saúde com palavras-chave em português: Eventos Adversos, Farmacovigilância, Reações Adversas. A pesquisa teve como critérios de inclusão 7 artigos, entretanto apenas 4 abordava a temática em vigor, publicados em português no período de 2014 a 2018 e, como critérios de exclusão, artigos que não apresentava resumo na íntegra e com duplicidade. Os estudos de EAM no Brasil tem incidência 5,7 e evitabilidade 40%. O estudo que foi elaborado pela PNAUM, foi realizado com 41.433 pessoas, onde os EAM tiveram uma prevalência de 6,6% e 50,7% afirmaram consumir medicamentos. A pesquisa apresentou um número maior em pessoas do sexo feminino (7,8%) 20-39 anos. As variáveis do estudo foram divididas em: região Centro Oeste (8,2%), estado de saúde “ruim” (8,4%), consumiram 5 ou mais medicamentos (14,7%) e se automedicaram (7,8%). Dos 57.424 medicamentos consumidos pelos entrevistados, 2.447 (4,2%) estavam relacionados dos EAM relatados. Os grupos ou sistemas em que apareceram as maiores frequências de EAM foram os relacionados com os agentes antineoplásicos e imunomoduladores (19,2%), Sistema gastrointestinal e hormônios sexuais (8,6%), Anti-infeciosos (8%), Hormônios sexuais e moduladores de sistema genital (8,2), Antipilépticos (7,9%), Anti-inflamatórios e anti-reumáticos (7,3%). No que se diz respeito aos fármacos, a maior frequência de EAM foi relatado para a Fluoxetina (9,3%), Diclofenaco (9%) e Amitriptilina (8,3%). Os orgãos/sistemas afetados pelos EAM causaram distúrbios especialmente no sistema gastrointestinal (36,9%), Distúrbios psiquiátricos (18,7%) e de Estudo geral (13,1%). O desenvolvimento do presente estudo possibilitou a identificação dos EAM e seus fatores determinantes no Brasil, sendo os eventos adversos de origem leve relacionado a medicamento de uso frequente pela população, com bases nas informações evidenciadas será possível desenvolver métodos que possibilite uma prevenção e consequentemente redução de EAM, contribuindo cada vez mais com a segurança do paciente.

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ISSN: 2358-9124

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