USO DE ANTIMICROBIANOS NA SEPSE: A IMPORTÂNCIA DE INICIAR RAPIDAMENTE A TERAPIA

Reginágela Oliveira Santiago, Mariana Aparecida Nobre Oliveira, Larisse Nogueira de Lima, Jeimes Lennon Lopes Cândido, José Márcio Machado Batista

Resumo


A sepse é uma síndrome de origem infecciosa, provocada pela resposta inflamatória sistêmica descontrolada do indivíduo, caracterizada por manifestações múltiplas, podendo causar disfunção ou falência de órgãos, e até levar o paciente a óbito. A sepse resulta de uma complexa interação entre o microrganismo infectante e a resposta imune, pró-inflamatória e pró-coagulante do hospedeiro. Tem alta mortalidade e apresenta alto custo em tratamentos nas unidades de terapia intensiva (UTI). A conduta terapêutica, incluindo a antimicrobiana, quanto mais precoce e assertiva, mais possibilidades trazem de desfechos positivos como a recuperação do paciente séptico. Objetivou-se avaliar o benefício do início rápido da terapia antimicrobiana em pacientes sépticos. Realizou-se um estudo bibliográfico do tipo exploratório, transversal, descritivo com abordagem quantitativa, utilizando-se os bancos de dados SCIELO, GOOGLE ACADÊMICO e PUBMED. Foram analisados onze artigos em português e inglês publicados entre os anos de 2009 e 2019, que foram encontrados empregando-se as palavras-chave em português: antimicrobianos na sepse, protocolo de sepse e tratamento de pacientes sépticos, sendo que sete foram excluídos por não apresentarem dados referentes ao início da terapia antimicrobiana e quatro incluídos apresentando resultados abordando, entre eles, o momento de início dos antimicrobianos, usados para compor a base do resumo. Em 2003 foi instituída a Campanha Sobrevivendo a Sepse (Sepsis Surviving Campaign), revisada em 2008, com o objetivo de reduzir a mortalidade desta doença. Esta campanha está baseada na adesão ao pacote de ressuscitação (6 horas iniciais de atendimento) que inclui o diagnóstico correto, coleta do lactato sérico, hemoculturas, antibiótico em uma hora e metas de ressuscitação com EGDT. Recentemente, o impacto deste pacote foi avaliado em 3 anos de observação e foi capaz de reduzir a mortalidade da sepse em torno de 20%. Um estudo realizado em um hospital público e em um hospital privado, ambos em Santa Catarina (Brasil), demonstrou que a detecção e tratamento precoce otimizado de pacientes com sepse por meio do uso de protocolos claramente definidos possibilitou uma redução na taxa absoluta de mortalidade de cerca de 18% em ambos os hospitais. A terapia precoce, quando aplicada nas seis primeiras horas após o diagnóstico, é capaz de reduzir em 16% a mortalidade. A terapia empírica de antimicrobianos de amplo espectro deve ser utilizada nos pacientes com sepse grave ou choque séptico, com o objetivo de oferecer melhor cobertura antimicrobiana precoce para o paciente. Em pacientes com choque séptico, a administração de antibiótico efetivo na primeira hora da hipotensão contribui com a diminuição da mortalidade. A terapia antibiótica deve ser reavaliada diariamente, otimizando a atividade, prevenindo o desenvolvimento de resistência e reduzindo toxicidade e custos. Diante desses estudos, podemos verificar que a sepse apresenta altas taxas de incidência nas unidades de terapia intensiva e custos elevados, sendo a principal causa de mortalidade, e que pacientes diagnosticados e tratados precocemente apresentam melhor prognóstico. Apesar dos resultados, é necessário que sejam feitas novas pesquisas, que demonstrem os resultados de iniciar rapidamente a terapia antimicrobiana em pacientes sépticos, avaliando os possíveis impactos sobre a mortalidade em pacientes sépticos.

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ISSN: 2358-9124

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